Samba um dia, samba sempre

Luto no Carnaval. Morreu, nesta terça-feira (30), Gilsinho, voz oficial da escola de samba Portela, aos 55 anos.

A informação foi confirmada pela agremiação.

O artista passou passou por uma cirurgia bariátrica no Hospital Cardoso Fontes, em Jacarepaguá, no Rio de Janeiro, e não resistiu às complicações que surgiram após o procedimento. Ainda não há informações sobre o velório do intérprete.

“Perdemos hoje um dos maiores nomes da nossa história: Gilsinho! O nosso grande intérprete! Ele que tanto nos encheu de orgulho desde 2006, com sua voz marcante, seu amor pelo samba e sua entrega total à nossa escola. Gilsinho é alma portelense. Sua voz embalou momentos inesquecíveis, emocionou gerações e marcou profundamente o Carnaval do Brasil. Ele representou com maestria a nossa tradição, levando o nome da Portela com respeito, talento e paixão. Em respeito à sua memória e à sua importância para a nossa escola e para o samba, a Portela decreta luto oficial de 3 dias. Nossos sentimentos à família, amigos e admiradores. Obrigada, Gilsinho! Por tudo! Por tanto! A Portela JAMAIS te esquecerá”, informou a agremiação.

O cantor também comandava o carro de som da paulistana Tom Maior, que também manifestou pesar com a partida do artista, considerado um dos mais talentosos do Carnaval brasileiro:

Instagram Tom Maior

A Unidos de Vila Isabel, onde o artista cantou em 2014 e 2015, lamentou a morte precoce:

“É com imenso pesar que a Unidos de Vila Isabel lamenta a partida de Gilson da Conceição, o Gilsinho, que em 2014 e 2015 defendeu com maestria o canto da nossa escola como intérprete oficial. Sua voz vigorosa, presença na avenida e dedicação à arte do samba deixaram marcas profundas na história da azul e branca e no coração de seus componentes e torcedores. Neste momento de dor, expressamos nossa solidariedade à família, aos amigos, à Portela, e a toda a comunidade do samba. Estamos de luto pela perda de um dos grandes intérpretes do nosso espetáculo”, destacou a Vila.

Pelas redes sociais, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), torcedor da Portela, elogiou o artista em post com trecho de vídeo de Gilsinho derramando seu talento na Sapucaí.

Trajetória. Gilsinho era filho do músico Jorge do Violão, baluarte e integrante da Velha Guarda da Portela, e afilhado de Casquinha, outra figura de destaque da azul e branca. Gilsinho ingressou profissionalmente no samba como cantor de apoio na Portela e na Beija-Flor de Nilópolis.

E foi nas apresentações do seu grupo, o Fora de Série, que chegou ao Carnaval de São Paulo, no final dos anos 1990, aonde começou sua jornada como intérprete de samba-enredo, no Vai-Vai.

Em São Paulo, defendeu as cores da Barroca Zona Sul e Unidos de Vila Maria.

Na agremiação de Madureira desde 2017, Gilsinho deu voz ao canto da outra tradicional gigante do Rio de Janeiro, a Unidos de Vila Isabel. Gilsinho era vice-presidente da escola de samba União do Parque Acari, da Série Ouro carioca.